Antes de tudo, acho legal mostrar como funciona a mecânica da bicicleta, e o que faz a coisa toda andar. Afinal, antes de fazer o CFC da autoescola eu não sabia nem da existência do radiador...
Decidi ir por ordem das peças que eu comecei a comprar, e já aproveito para falar um pouco da minha trajetória na vida ciclística.
Quando ainda vivia o ânimo da equipe, entre o fim de 2007 e a metade de 2008, eu usava a minha Bike Caiçara (aquelas que você vê na praia, grande e confortável. Assim: http://migre.me/Dnw5 ). Enquanto isso, comecei a trabalhar no Cyber Café do meu pai, guardando 70% do salário exclusivamente para as peças da bike nova que eu precisava obter desesperadamente (sim, eu passava fome no recreio kkkk).
Aí finalmente consegui juntar o suficiente para comprar a primeira peça, e estrear uma ansiedade descomunal. O quadro. Andando umas vezes com a bike do Danilo (antigo 'chefe' da equipe), descobri que a bike dele era a mais indicada para mim. Então comprei o Quadro: Um Monaco Black Bird azul (é, com a cor da bike que eu sonhei).
Inclusive, nesse meio tempo nós tivemos um Rolê ao Ibirapuera tão perfeito (foi o dia em que eu aprendi a sair do chão com a Bike caiçara), que eu tive de arranjar uma lembrança. Então peguei um galho pequeno do chão, e o guardei desde então.
(meu quadro brilhoso apoiado no galho que eu peguei de lembrança do rolê supimpa)
Passou um tempo, e o Bornay (vendedor que acompanhou o nascimento da minha bike) me ligou dizendo que tinha um par de rodas novinho e uma suspensão RST Kappa. Não é uma suspensão linda e maravilhosa, mas para um iniciante como eu estava ótima. E lá se foi mais um salário.
Eu brinquei várias vezes de montar e desmontar o 'esqueleto' da bicicleta no meu quarto. Era engraçado ver aquele formato basicamente pronto dela, e não poder sair pedalando como eu queria.
(meu quadro com a suspensão e as rodas no lugar do galho)
Se você reparar na parte mais inferior do quadro, vai ver um buraco onde deviam ter pedais. Aquele buraco é preenchido, na bike inteira, pelo tal do Movimento Central. Esses adesivos foram embora depois de todo mundo ficar dizendo que eu não era obrigado a fazer propaganda da Monaco. Eu gostava, mas tirei (hehe).
Depois veio uma porrada de pecinhas que grudavam uma coisa na outra. Eu fui aprendendo a botar cada coisa em cada lugar num site que mostrava peça por peça. Até imprimi a página para ir marcando as peças que faltavam. Chegou a caixa de direção, ou caixaria (umas rodelas cheias de graxa que prendem a suspensão no quadro e o quadro na mesa e a mesa no guidão), o banco e as manoplas (que eu comprei em uma loja escondida em Santana).
O Danilo ainda fez uma boa ação, e me deu os pedivelas que estavam sobrando na caixa de ferramentas dele. E diga-se de passagem, aquilo num era uma caixa, e sim um laboratório socado num baú de plástico. Os pedais eu comprei pouco depois, quando veio a próxima remessa de dinheiro.
Aí chegamos ao xis da questão. O movimento central era um negócio que eu nunca tinha ouvido falar na vida, mas era fundamental para montar a bicicleta. Sem ele, nada funciona (a não ser a buzina e a cestinha, se tiver). Eu estava entrando numa crise de depressão monetária, quando me aparece esse maldito pra aumentar minha lista.
(o Próprio!)
Muitos salários passaram e eu nem senti o cheiro do dinheiro me minhas mãos por mais de três ou quatro dias. Inclusive, o que sobrava eu torrava no Burger King com o Danilo e às vezes com a Talita, e também com a galera reunida no Center Norte para curtir e brigar. Trabalhei por seis ou sete meses para enfim montar, na segunda metade de Agosto de 2008, a bicicleta dos meus sonhos.
(olha ela aí, recém-nascida depois de meses de suor financeiro)
E eu ainda descobri o Tencionador, que me trouxe muitos problemas com a corrente. Mas a partir daí foi só alegria. Pedalando com minha bike sinto-me completo, revitalizado, realizado, satisfeito. É macia, brilhosa, bonita, sai do chão, quebra meu dedo, corre (e muito!) de trombadinhas sempre quando entro na Vila Nova Cachoeirinha, e me trouxe as melhores lembranças de liberdade geográfica.
Para concluir, aqui está a foto das bikes reunidas. A vermelha é para os rolês solitários (mais barato caso eu seja roubado). A caiçara, embora triste num canto, ainda é bastante usada para empréstimos ao Croquete nos rolês. E a azul, ‘no coments’.
Bom, é isso. Quero agradecer ao Danilo por ter me dado os Pedivelas que servem até hoje, e o Bornay por ter me vendido as peças. Ah, e o meu pai, claro. Sem ele eu teria que pedir intercâmbio para o sertão e cortar cana pra conseguir algum dinheiro.
Para mais informações sobre as partes de uma bicicleta, use o site que eu usei pra marcar as que faltavam:
www.escoladebicicleta.com.br/glossario.html
E quem quiser me seguir no Twitter, é só acessar @aleeemartins
Comentem!
cara, tu leva jeito pra escrever, viu? ;D
ResponderExcluire, bah, incrivel como tu conseguiu segurar a grana pra comprar tudo direitinho, eu levaria um pouco mais de tempo com certeza =S
e bah...que saudades de andar de bicicleta, dude i.i
enfim, colaborando para a sua fama, tá? shauhsausa
;***
Sério mano, junta todos esses posts e monta um livro assim: "Diários de bicicleta", haha!
ResponderExcluirGosto do jeito que escreves porque aproxima esse teu mundo de ciclista de todo mundo, até mesmo de leigos sedentários como eu, rs.
Parabéns de novo e de novo =)